quinta-feira, 3 de julho de 2008

O último princípio essencial da Kabbalah


Marie Digby: "E se Deus fosse um de nós?"

Finalmente que finalmente atingimos o ponto de chegada nesta longa jornada em que corajosamente ingressamos, de investigar os princípios essenciais da Cabala. Meu sincero muito obrigado a todos os que vêm me acompanhando, desde o começo, e continuam junto comigo até aqui.

O décimo quarto princípio essencial da Cabala... Posso garantir que este é aquele que vai realmente trazer todas as explicações e toda a Luz que você estava esperando, desde o princípio.

Muitas pessoas procuram a Cabala esperando alcançar poderes mágicos ou desvendar de uma vez por todas os grandes Mistérios da vida. Pois eu digo que a partir da compreensão deste último princípio essencial, qualquer pessoa será capaz de atingir tudo isso. Todos os poderes especiais que são concedidos a nós, seres humanos; toda a compreensão de tudo que nos pode conduzir à Sabedoria Infinita, que por sua vez garantirá o nosso acesso ao poder ilimitado, e até mesmo à vida eterna... Sim, a chave para todas essas coisas está contida no décimo quarto e último princípio essencial da Cabala.

Você que chegou até aqui, nesta longa leitura, prepare-se; porque nesta postagem será revelado o segredo definitivo; a conclusão, o resumo de tudo, o conhecimento que encerra em si mesmo o potencial de levar o ser humano à capacidade de compreender a razão da sua existência, do princípio ao fim.

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Mas, exatamente por tudo que foi dito acima, antes de desvendarmos juntos esse último e maior segredo da Cabala, gostaria de registrar aqui um "resumo do resumo" das bases cabalísticas, o supra-sumo do que nos ensina a tradição dos antigos rabinos, ao final das contas:

Muitos encontram na Cabala uma profunda semelhança/similaridade com a doutrina cristã. Outros acham vários e importantes paralelos entre o que ela diz e os ensinos do Buda. E outros ainda encontram muitos pontos equivalentes entre os princípios de diversas outras grandes escolas filosófico/religiosas e a Cabala.

Todos estão certos. E isso não deveria nos surpreender, porque todo aquele que busca a Verdade acaba por encontrá-la, não importando as suas origens, a tradição a que pertence, a religião em que foi criado, etc... Se você procura a Verdade com determinação, com inquietude, com o coração aberto e a mente limpa e desimpedida, cedo ou tarde vai encontrá-la. Ou melhor, ela, a Verdade, é que vai achá-lo, mesmo que você esteja completamente perdido. E nessa hora o filho pródigo volta para casa...

Na realidade, a Cabala se tornou, através da História, uma tradição de grande importância no que tange à mecânica que serve como fundamento para muitas formas de busca espiritual. Como sabemos, sua origem é judaica. Ela se baseia nas escrituras judaicas e, sobretudo, nas suas letras hebraicas. O que basicamente se crê da Cabala de base judaica, é que Deus criou todas as coisas através do Verbo (que para os cristãos é o próprio Cristo), e como as Escrituras são em hebraico, Deus teria criado tudo através da linguagem hebraica; poderíamos dizer que Ele criou o hebraico e encerrou nas suas letras e seus significados toda a História da Criação. - Isto a tal ponto que cada letra, em si, corresponderia a uma criação ou criatura; e a soma delas, na forma das Escrituras, encerraria toda a História. - Assim, cada personagem bíblico corresponderia a uma ação divina (Abraão, por exemplo, seria a personificação da “compaixão”). Também cada lei levítica e cada ritual do Velho Testamento corresponderiam a uma descrição de algum Aspecto divino.

O auge dos estudos cabalísticos em Israel aconteceu pouco tempo após a morte de Jesus. Já na passagem do primeiro para o segundo século de nossa era, a Cabala assentou suas bases na Galiléia; - o que faz com que até hoje os cabalistas mais tradicionalistas creiam que o Messias virá da Galileia. - Embora para os cristãos e também para alguns grupos dos judeus (como por exemplo os ebionitas) ele já tenha vindo na pessoa de Jesus, que foi chamado "Galileu". Por volta de 1600 os cristãos europeus começaram a se interessar pela Cabala.

É importante sabermos também que a Cabala se desenvolveu em tempos de suposta "inatividade" de Deus, do ponto de vista dos judeus ortodoxos. É por isso que a Cabala pretende nos oferecer um caminho diferente: “Já que Deus não nos fala mais e nem vem mais a nós, descubramos meios e modos de irmos a Deus, nós mesmos. Descubramos também modos de fortalecer o Nome de Deus em nossas práticas do bem neste mundo.”

Foi dessa maneira que se desenvolveu o estudo dos Nomes Divinos (os 72 Nomes, sobre os quais já falamos aqui e aqui), bem como de nomes de anjos. Daí ser algo da natureza mecânica do elemento místico. Em todas as grandes épocas de crise e impotência humana a Cabala cresceu, pois em tempos de "silencio dos céus" poucos são os que continuam a andar firmes apenas pela força da fé.


Ao final de tudo, podemos dizer que a tradição da Cabala postula, basicamente, o seguinte:

# A razão da Criação é o Amor; isto é, o Universo e tudo que ele contém, nossas vidas inclusas, é o resultado da Vontade do Criador de compartilhar e ser compartilhado;

# O aumento de Amor e Justiça traz Deus ao mundo;

# De outro lado, a prevalência da maldade enfraquece o poder de Deus neste mundo e dá lugar ao crescimento do mal. Daí Deus requisitar os esforços humanos para vencer o mal no mundo, que a tradição cabalista denomina "Satan";

# É preciso quebrar a "Lei do Tikun": Quebrar o ciclo. Como visto em postagens anteriores, o tikun é a expressão judaica para o que comumente chamamos lei de ação e reação, e que algumas tradições chamam de “karma”, que significa que atos, pensamentos e atitudes ruins geram uma espécie de "dívida" espiritual, que necessariamente precisará ser resgatada, nesta vida ou depois dela. Tudo que acontece tem uma causa. Não há efeito sem causa, e para cada ação há uma reação em igual intensidade. "Karma", "tikun", ação e reação, movimento contínuo, pressão e resistência... tudo reflete esta Lei universal incontestável. Toda a Criação está submetida a Lei de Ação e Reação, e segundo a Cabala, quebrar o lei do Tikun em nossas vidas significa cessar este ciclo de reações em cadeia; o que só pode ser feito mudando-se o nosso modo de vida e cessando nossas reações passionais e automáticas, isto é, impensadas.

# Devemos aprender a resistir, ao invés de reagir. Sobre isto falamos no post sobre o princípio essencial nº 4. O segredo do nosso sucesso, em todos os níveis, passa por aprendermos a deixar de apenas reagir aos acontecimentos e nos tornarmos proativos, isto é, donos de nossas próprias decisões e dos nossos atos, e não marionetes que reagem inconscientemente a cada nova provocação do mundo, deixando que os estímulos externos sejam mais fortes que a nossa própria vontade.

# Assuma as responsabilidades. Profundamente relacionado com o item anterior, a Cabala nos exorta a deixarmos nossas posições de "vítimas" e tomarmos a iniciativa sempre que possível, em todas as situações, no sentido daquilo que queremos ser.

# Seja a causa. Seja pró-ativo. Mais uma vez, a mesma verdade: se quiser ser feliz, se quiser obter sucesso em sua vida, em qualquer área, busque deixar de ser uma conseqüência - daquilo que fizeram para você, daquilo que a vida fez com você, das injustiças que sofreu, dos revezes de que foi vítima... - E passe a causar você mesmo as conseqüências em sua vida. Torne-se a causa.

# A maior tentação em tempos difíceis é acreditar que podemos encontrar meios de "controlar" Deus e fazê-lo agir conforme as nossas necessidades, como ensinam diversas falsas tradições ditas esotéricas.

# Deus é Deus, mesmo que todos nós sejamos o que Ele não é! Em algum nível, é certo dizer que "somos Deus", mas entender isto ao pé da letra constitui o maior engano que seria possível a nós, seres humanos. Esta é exatamente a missão de Satan neste mundo, desde o começo: fazer-nos acreditar que somos iguais a Deus. Pois aceitar Deus como Deus é justamente o primeiro passo para transcendermos a nossa condição humana limitada e fraca.

# O chamado da Escritura para a prática da bondade não é para fortalecer a Deus, mas sim para curar o homem.

# Lembrarmos e meditarmos na forma como os santos e profetas viveram, dedicando seu tempo todo em função do próximo e da Vontade de Deus, faz com que nos conscientizemos do extremo egoísmo com que agimos a maior parte do tempo, só gastando as sobras de nosso tempo para servir a nossos propósitos egoístas.
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Mas por que estou reafirmando todas essas coisas antes de revelar, afinal, o décimo quarto e último princípio essencial da Cabala, aquele que encerra em si o Caminho da nossa Liberdade, o poder de alcançarmos a felicidade e a Vida plena? Bem, primeiro porque eu queria que ficasse muito claro que todo o esforço valeu a pena. Que os meus objetivos com essa série de postagens foi atingido. Que a essência por trás dos ensinos dos antigos rabinos foi compreendido, ao menos basicamente. E também porque o último princípio não necessita de nenhuma espécie de comentário ou complemento. - Ele precisa apenas ser aceito e praticado.

Aí vai o último princípio essencial da Cabala, aquele que resume todos os outros. A chave que abre todas as portas, neste e em outros mundos. Você com certeza já ouviu falar dele em algum momento; ele está bem diante dos nossos olhos, sempre, mas por algum motivo a maioria de nós parece não poder enxergá-lo, isto é, compreendê-lo. Persiga-o; descubra-o; encontre-o em si mesmo. E depois que encontrá-lo, medite nele noite e dia. Cultive-o dentro de si com todo cuidado, com toda a sua alma, e nunca mais o esqueça. E seja feliz para sempre. Leia-o abaixo:

Apresentando o décimo quarto e último princípio essencial da Cabala:

"AMA O TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO, E ASSIM APRENDERÁS A AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS; TODO O RESTO É APENAS COMENTÁRIO. AGORA VAI E APRENDE A FAZER ISSO. QUANDO APRENDER, TUA MISSÃO ESTARÁ CONCLUÍDA!"





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