sexta-feira, 13 de junho de 2008

Princípio essencial da Kabbalah #4

"Fênix renasce das cinzas"

Apresentando agora o quarto princípio essencial da Cabala:

“O Objetivo da Vida é a Transformação da Condição Espiritual do Ser Humano: de Reativo para Pró-ativo.”

Mais um estudo cabalístico que traz em si um potencial altamente transformador. Este conceito traz possibilidades de mudança tão reais e palpáveis na vida de um indivíduo que, depois que foi descoberto, vem sendo (amplamente) utilizado por “coachings” empresariais, para ilustrar palestras em cursos de treinamento para líderes de diversas áreas, para motivar equipes de vendas e etc, etc... Uma rápida busca na rede e vai ser muito fácil você dar de cara com termos do tipo: “Transformação de um vendedor reativo em proativo...”, “...reativo para proativo – uma grande mudança na sua vida profissional”, “...de reativo para pró-ativo: obtenha mais sucesso nos seus negócios”...

Algumas pessoas “se tocaram” que esse princípio poderia ser aplicado (com sucesso ou não, vai depender sempre de cada indivíduo), nas atividades e relações comerciais, e aproveitaram para desviar o foco: de espiritualidade para comércio. Sim, estou falando do lema clássico dos “grandes homens” deste nosso mundo: “Busquem primeiro o dinheiro, e o Reino de Deus vos será dado por acréscimo”... Tem alguma coisa invertida aí... Bem, mas isso seria o tema de um outro assunto.

Dentre as diversas novas religiões e seitas, aquela conhecida como “cientologia” também se apropriou deste princípio essencial, e traz como um de seus próprios princípios básicos a importância da transformação do indivíduo humano, de reativo para pró-ativo. - A sua obra-magna “Dianética” (de L. Ron Hubbard) é na verdade uma grande explanação sobre como poderíamos efetuar esta transformação em nossas vidas. - Por um caminho equivocado, a meu ver. No caso das ciências da mente, a terapia conhecida como “Análise Transacional” também se utiliza soberbamente dos conceitos de ativo e pró ativo para tratamento de pacientes.

Antes de qualquer outra coisa, em nossos estudos, precisamos entender muito bem o que significa uma condição humana reativa e uma condição humana pró-ativa; obviamente um ponto fundamental para a compreensão deste quarto princípio.

O que representariam, para o estudante da Cabala, os termos “reativo” e “pró-ativo”?

O ser humano reativo é aquele que apenas reage. Reage às situações da vida, às pessoas que o cercam, ao comportamento dos outros. O seu modo de conduta depende daquilo que lhe fazem ou do que lhe acontece. Se no trânsito alguém corta à sua frente, ele fica nervoso; xinga. Se um colega de trabalho age de forma desleal para com ele, procura responder e dar o troco na mesma moeda. Se o filho pequeno abusa da sua paciência, ele se irrita, perde a calma, manda um berro e talvez uma palmada... Estes são exemplos muito simples e o importante aqui é nos atermos não às reações destes personagens hipotéticos em si, mas sim no fato de terem sido movidos de suas disposições iniciais por fatores externos. Se o motorista xingou ou não no trânsito, isso é só um detalhe, o que realmente faz com que ele seja um reativo é o fato de ter se irritado por ter sido fechado. O mesmo vale para qualquer outro exemplo. Se você "se move" da sua posição inicial, se você se permite abandonar suas posturas, deixar de lado os princípios que abraçou, por conta de algo que lhe aconteceu, algum revés, decepção ou alguma ofensa sofrida, então você está reagindo a uma situação. Esse caminho, além de levar à dor e ao sofrimento, pode trazer destruição e muitas derrotas. A meta do estudante da Cabala é não mais reagir, mas sim se tornar senhor dos seus sentimentos e adquirir poder sobre suas próprias ações. Se eu escolho ser calmo, por exemplo, não posso me desviar desta via de conduta por conta de fatores externos. Isso não quer dizer que tenhamos que permanecer impassíveis a tudo, sempre, mas sim que devemos tomar o comando de nossas próprias vidas.

Adotar um comportamento pró-ativo significa não reagir a eventos e situações externas, não permitir que eles influenciem nossos sentimentos e nos façam perder o controle. Ser pró-ativo, segundo a tradição cabalista, é agir como a Luz da criação. Eu sou proativo quando escolho, quando sou mais forte que meu corpo físico, mais forte que as minhas tendências mais baixas, - aquelas que se econtontram presentes em todo ser humano e nos fazem agir de um modo que depois provoca arrependimento. Agindo assim, estaremos criando uma nova realidade para nós mesmos. Mas.. Como colocar isso em prática?

A primeira coisa que precisamos entender é que a negatividade está sempre dentro de nós mesmos e não na pessoa ou na situação que provoca nossas reações. Para colocar o conhecimento dessa realidade na prática, a Cabala propõe alguns exemplos e exercícios bastante práticos.

Exemplo: pegue um pedaço de papel e divida-o em 3 colunas. Na primeira, escreva uma situação do seu dia a dia que o faz reagir negativamente, que o deixa frustrado ou bravo. Por exemplo: “Quando eu chego em casa do trabalho, meus quatro filhos vêm ao mesmo tempo pedir ajuda com as lições de casa e ficam brigando entre si para ver quem será atendido”. Na segunda coluna, escreva qual é a sua reação emocional imediatamente após essa situação ter acontecido. Por exemplo: “Eu fico muito irritado e às vezes perco o controle”. Na terceira coluna, escreva qual foi a sua resposta concreta, que atitude você tomou para lidar com essa situação. Por exemplo: “Comecei a gritar com as crianças, mandei cada um para o seu quarto e não ajudei nenhuma delas”. Agora, tente analisar o que você escreveu. Escreva na coluna do meio o que acha que seria uma reação adequada e de acordo com aquilo que você considera certo.

Agora uma análise do exemplo dado: a pessoa do nosso exemplo obviamente não estava no controle da situação. Quem ou o que fez com que ela reagisse negativamente? "As crianças", seria a resposta óbvia. Mas não é a resposta certa, segundo a Cabala. O que a fez reagir foi a sua própria negatividade interna, seu oponente foi o seu desejo interno egoísta, de receber para si mesmo. As crianças na verdade poderiam ter sido a sua oportunidade de transformação, criando essa situação para que a pessoa tivesse a chance de superar sua reatividade.

Enquanto o indivíduo não mudar sua postura, cenas como essa acontecerão de novo, de novo e de novo, infinitamente. Isso não provém da Luz, porque a Luz é renovadora. Somente quando alguém passa a agir proativamente, como a Luz, encontrando uma nova forma de lidar com situações e pessoas, criando assim uma nova situação dentro desse mesmo quadro, estará agindo proativamente.

Como fazer isso? Muito simples, mas pode soar muito difícil: Não reaja! Inicialmente, apenas pare. Faça uma “pausa interna”. Perceba o desafio e pare a reação emocional imediatamente. Crie a partir daí uma nova situação! Se você conseguir simplesmente parar naquele minuto, sua luz interior poderá criar uma nova situação a partir desse mesmo quadro. Muitas pessoas podem estar pensando agora: “É tudo muito bonito, mas como eu vou me lembrar de tudo isso e parar minha reação na hora ‘H’, naquele momento em que a emoção toma conta e tudo está em ebulição?”. Pense no seguinte:

Se alguém lhe oferecesse $ 1.000 a cada vez que você conseguisse parar a sua reação emocional e agir proativamente, o que você faria? Tenho certeza que não só você iria se lembrar disso a todo momento como também iria implorar por mais situações difíceis e desafios que te dessem a oportunidade de se transformar! É exatamente essa a idéia! Só que em vez de receber o dinheiro, a cada vez você recebe mais Luz!

Trata-se de um exercício constante. Da mesma maneira que para adquirir boa forma física você precisa se exercitar constantemente, para adquirir consciência espiritual você também precisa se exercitar. No caso dos exercícios físicos, no começo é sempre mais difícil, os músculos ficam doloridos e nos sentimos cansados, tendemos a desanimar. Mas, se persistirmos, com o decorrer do tempo isso passa a fazer parte da nossa rotina de vida, como escovar os dentes, e começamos a nos sentir melhores e mais dispostos, alcançando bem estar e muitos benefícios a longo prazo. Da mesma maneira se dá com o exercício de cultivar a consciência das nossas ações e reações intespetivas.

No exemplo citado acima, se aquela pessoa deixasse de se comportar reativamente (reagir), com certeza poderia criar uma nova situação e também as crianças iriam mudar sua forma de abordagem. O indivíduo estaria criando para si uma nova realidade. Este foi um exemplo muito simplificado, mas quantas situações surgem em nossas vidas, diariamente, como oportunidades para realizarmos essa transformação?

Outra proposta de exercício prático: procure encontrar diariamente ao menos uma situação, em sua rotina, na qual você possa modificar seu comportamento de reativo para proativo, assumindo o controle da situação. Observe os resultados e tire suas próprias conclusões.

O problema com o comportamento reativo é que ele dá a ilusão de um resultado imediato, dá a sensação de que resolvemos o problema imediatamente. Mas isso é apenas ilusão. Um exemplo de como isso funciona no dia-a-dia: imagine uma pessoa que está de dieta. Ela vem se esforçando em cuidar da alimentação e manter o programa que vem seguindo para atingir seu objetivo de perder peso. Agora ela se defronta com uma situação onde alguém gentilmente lhe oferece uma fatia de bolo de chocolate. Seu instinto reativo faz com que ela não resista e a convence de que pode comer um pedaço de bolo e reiniciar a dieta na próxima segunda-feira. Ela sucumbe e come o pedaço de bolo. Uma vez perdido o controle, não há problema em comer mais um pedaço... A pessoa se deleita com a sensação de prazer e satisfação que essas várias fatias de bolo lhe oferecem, dando-lhe uma gratificação imediata fútil. Depois de pouco tempo, o prazer passou, e a pessoa é tomada por sentimentos de culpa, remorso, frustração e raiva de si mesma. Se tivesse resistido, agido proativamente, satisfazendo seu desejo com uma fruta, por exemplo, no momento essa satisfação poderia não ser tão intensa, mas apenas alguns minutos depois, sentimentos de realização e de satisfação por ter mantido o autocontrole e a dieta iriam tomar conta dessa pessoa, permanecendo com ela até o dia seguinte.

Um outro exemplo, usado pelo rabino Yehuda Berg:

“Imaginem um vendedor. Teoricamente, quanto mais vende, mais ele ganha. Imagine então que alguém entra em uma loja para comprar um determinado produto que o vendedor não tem. Mas ele tem um estoque enorme e precisa vender. Ele tem duas opções: se agir reativamente, vai fazer de tudo para “forçar” a venda, insistindo muito e dizendo ao cliente, por exemplo, que o produto que ele tem para oferecer é melhor. Mas se agir proativamente, ele até poderá falar ao cliente a respeito do produto de que dispõe, mas vai também indicar outra loja onde o cliente poderá encontrar o que deseja. Essa venda ele não fez, mas com certeza a Luz poderá providenciar que surjam muitos outros clientes para comprar exatamente aquilo que ele precisa vender. Neste caso, ele transcendeu a ilusão de que é um vendedor e precisa vender a qualquer custo. Pensou no outro, pensou em satisfazer a real necessidade do outro e a Luz irá satisfazer a real necessidade do vendedor, que pode até ser em outra área que não vendas.”

Como podemos ver, são as situações diárias e corriqueiras que nos oferecem as grandes oportunidades de agirmos proativamente e crescermos espiritualmente. É para isso que esse conhecimento cabalístico é ensinado: para que você possa aplicá-lo hoje e começar a mudar a sua vida agora!


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"Manias Estranhas" - exemplos objetivos da importância da conversão 'Reativo' > 'Proativo'":
Artigo do Profº Dr. Roque Theophilo, Psicoterapeuta, Sociólogo e Pesquisador, do site "Amigo Psicólogo".

A Tricotilomania é uma anomalia na qual a sua vitima se compraz em arrancar continuamente os fios de cabelo. sendo mais freqüente os da cabeça. Podem. também ser os dos cílios, sobrancelhas e pelos pubianos. As causas principais que levam a pessoa a tal prática são:

1. Impossibilidade de resistir ao impulso.

2. Sensação de tensão, ansiedade antes de começar a arrancá-los.

3. Sensação de alívio da ansiedade , após arrancar os fios de cabelo.
O ritual de arrancar os cabelos pode durar segundos, minutos e até mesmo o dia inteiro.

A Tricofagia é a compulsão que levam as pessoas a engolirem os cabelos arrancados.Tal hábito pouco salutar causa o acúmulo de cabelos no estômago e freqüentemente exige cirurgia para a remoção do novelo de cabelos que se forma no estômago e até nos intestinos. O diagnóstico da tricomania e da tricofagia só pode ser feito com exatidão desde que a pessoa não esteja sofrendo de doença no couro cabeludo ou de doença que produza vivências delirantes.

As causas das referidas anomalias são desconhecidas: o que se acredita é que exista uma relação entre Tricotilomania, e o Distúrbio Obsessivo Compulsivo (DOC), Síndrome do Pânico e principalmente a Depressão, pois que existe maior incidência desses quadros nas pessoas que têm uma ou mais das síndromes citadas.

Alguns casos podem melhorar com Psicoterapia Comportamental, porque vai ajudar o paciente a resolver ou administrar os conflitos psicológicos que estiver sofrendo e o ensinará a resistir aos impulsos. É fundamental que se reconheça que a ansiedade para a prática do ato é muito forte. Quanto mais o paciente resistir aos impulsos, por mais ansioso que fique, estará dando passos gigantes para a libertação ao mal. Sem essa resistência nenhum tratamento dá certo.


Assim como a tricofagia e a tricotilomania, existem centenas de distúrbios psicológicos que só podem ser tratados mediante a conscientização, por parte do paciente, da importância de se cessar o comportamento reativo e o iniciar de uma reeducação mental que visa o processamento cerebral proativo. A inserção deste anexo ao post foi para que pudéssemos observar que a psicologia e a psiquiatria modernas também chegam às mesmas conclusões que os cabalistas há muitos séculos. Aplicar o quarto princípio em sua vida e começar a observar mudanças só depende de você.


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